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"Sol artificial" que atinge 100 milhões de graus Celsius promete gerar energia sustentável

Equipamento recebeu um aprimoramento que permite que ele suporte temperaturas seis vezes mais quentes que o núcleo solar
Por History Channel Brasil em 05 de Janeiro de 2024 às 16:10 HS
"Sol artificial" que atinge 100 milhões de graus Celsius promete gerar energia sustentável-0

O Instituto Coreano de Energia de Fusão anunciou um importante aprimoramento em seu dispositivo de fusão magnética batizado de KSTAR, (apelidado de "sol artificial" ). Com isso, o equipamento será capaz de suportar temperaturas seis vezes mais quentes que o núcleo solar. Os pesquisadores acreditam que essa tecnologia poderá gerar energia limpa e sustentável no futuro.

Temperatura recorde

Anteriormente, o equipamento já havia atingido mais de 100 milhões de graus centígrados durante 30 segundos. Com a instalação de um recém-desenvolvido divertor de tungstênio, o KSTAR poderá aguentar essa temperatura durante mais tempo. O tungstênio possui alto ponto de fusão e baixas características de pulverização catódica, portanto, o limite de fluxo de calor melhorou mais de duas vezes em comparação com o divertor de carbono utilizado anteriormente.

KSTAR, o "sol artificial"
KSTAR, o "sol artificial" (Imagem: Instituto Coreano de Energia de Fusão (KFE)/Divulgação, via EurekAlert)

Os pesquisadores acreditam que o novo divertor ajudará o KSTAR a sustentar uma temperatura acima dos 100 milhões de graus Celsius durante 300 segundos em 2026. Em vez de usar combustíveis fósseis ou fissão nuclear para gerar energia, o "sol artificial" utiliza a fusão nuclear (uma união de núcleos de átomos). Este método pode ser usado quando dois elementos com baixo número de prótons se unem para formar o núcleo de um elemento pesado, capaz de liberar mais energia. 

O aprimoramento ajudará na implementação do International Thermonuclear Experimental Reactor (ITER), programa em que vários países participam na busca pela criação do maior tokamak (dispositivo no qual núcleos de hidrogênio se fundem para formar hélio e produzir energia) que já existiu. O objetivo é colocá-lo em funcionamento entre 2030 e 2035.

Fontes
Newsweek e EurekAlert
Imagens
iStock