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Inédito: Orangotango é visto aplicando planta medicinal em ferimento no rosto

Foi a primeira vez que esse comportamento foi observado em um animal na natureza
Por History Channel Brasil em 03 de Maio de 2024 às 13:02 HS
Inédito: Orangotango é visto aplicando planta medicinal em ferimento no rosto -0

Pesquisadores observaram um orangotango aplicando a seiva de uma planta medicinal em um ferimento no próprio rosto na Indonésia. Foi a primeira vez que esse tipo de comportamento foi registrado em um animal na natureza. Um estudo sobre a descoberta foi publicado na revista Scientific Reports.

Comportamento proposital

Os cientistas avistaram o orangotango chamado Rakus, que vive no Parque Nacional Gunung Leuser, com uma grande ferida na bochecha, provavelmente causada por um rival durante uma briga. Rakus foi observado mastigando o caule e as folhas de Akar Kuning, uma planta anti-inflamatória e antibacteriana que também é usada para tratar malária e diabetes. Então, ele aplicou a seiva em sua bochecha por sete minutos. Depois, o animal esfregou as folhas mastigadas em sua ferida até cobri-la completamente.

Evolução do ferimento de Rakus
Evolução do ferimento de Rakus (Imagem: Laumer, I.B., Rahman, A., Rahmaeti, T. et al.; Scientific Reports (CC BY 4.0 DEED))

Os cientistas concluíram que Rakus sabia que estava aplicando a planta como remédio porque os orangotangos raramente comem essa planta específica. "Ele aplicou repetidamente a pasta e, mais tarde, também aplicou mais matéria vegetal sólida. Todo o processo durou realmente um tempo considerável, é por isso que achamos que ele aplicou intencionalmente", disse Isabella Laumer, pesquisadora do Instituto Max Planck, na Alemanha, e líder do estudo, em entrevista à BBC. 

O tratamento fez efeito: o ferimento não apresentou inflamação e fechou depois de cinco dias. Após um mês, o animal estava completamente curado. "Pode ser que ele tenha tocado acidentalmente sua ferida com o dedo que tocou na planta. E então, como a planta tem substâncias analgésicas bastante potentes, ele pode ter sentido um alívio imediato da dor, o que o fez aplicá-la repetidamente", disse Laumer. Ou ele pode ter aprendido o método vendo outros orangotangos em seu grupo. Novas observações serão necessárias para entender melhor esse comportamento, que pode ter origem em um ancestral comum compartilhado por humanos e grandes primatas.

Fontes
BBC e IFLScience
Imagens
Laumer, I.B., Rahman, A., Rahmaeti, T. et al.; Scientific Reports (CC BY 4.0 DEED) - https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/