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Conheça seis inacreditáveis "Robin Hoods" da vida real

Por History Channel Brasil em 25 de Julho de 2016 às 12:37 HS
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Robin Hood é uma das histórias mais cativantes quando vem à mente um conto sobre alguém que roubava dos ricos para dar aos pobres. 

Muitas vezes, esses rebeldes são tidos como heróis lendários depois de suas mortes, tornando-se símbolos da justiça e de esperança para um futuro melhor ou uma mudança social. Temidos por alguns como foras da lei malvados e venerados por outros como heróis nacionais, estes seis Robin Hoods da vida real se tornaram imortais com o passar do tempo:

Conheça seis inacreditáveis
Juraj Janosik:
a trajetória de Juraj Janosik como fora da lei foi relativamente curta (de 1711 a 1713), mas suas façanhas continuam a cativar os corações e a imaginação dos habitantes da Europa Central por meio de inúmeros poemas, romances, baladas, canções folk, contos e filmes escritos sobre ele. Nascido em 1688 na atual Eslováquia, Janosik lutou com os rebeldes Kuruc aos 15 anos, mas, posteriormente, ingressou no exército imperial.

Enquanto servia como guarda na prisão, Janosik conheceu o detento Tomas Uhorcik e decidiu se juntar ao seu grupo de bandidos. Pouco tempo depois, Janosik assumiu a liderança do grupo, percorrendo as montanhas e vales da Eslováquia, Polônia e Morávia, roubando aristocratas e comerciantes ricos e dividindo o saque com os pobres. Ele era conhecido por suas táticas cavalheirescas, garantindo que ninguém morresse ou fosse ferido durante os assaltos. Em 17 de março de 1713, Janosik foi condenado à morte – que foi procedida de forma cruel, ao colocarem um gancho no seu corpo e o deixarem pendurado até morrer.

Conheça seis inacreditáveis
Nakamura Jirokichi: apelidado de Nezumi Kozo (“menino rato” em japonês), Nakamura Jirokichi levou uma vida dupla como trabalhador braçal e bombeiro durante o dia e ladrão ligeiro de noite, durante o período Edo (ou Tokugawa) do Japão. À época de sua prisão, em 8 de agosto de 1831, Jirokichi confessou ter roubado mais de 30 mil ryos (uma quantidade monetária enorme naquele tempo) de propriedades samurais de, pelo menos, 100 senhores feudais.

Já que nenhuma parte do dinheiro pôde ser recuperada, a lenda diz que ele o distribuiu entre os pobres. Por ser um motivo de grande constrangimento para o daimyo, Jirokichi foi exposto ao público amarrado em um cavalo e, em seguida, decapitado. Sua cabeça foi fixada em uma estaca e deixada de aviso para aqueles que considerassem seguir seus passos. Para a sorte de suas esposas, Jirokichi havia se antecipado e entregado os papéis do divórcio antes de sua prisão, para impedir que elas tivessem o mesmo destino – conforme determinava a lei.

Conheça seis inacreditáveis
Scotty Smith: dizia ter nascido em Perth, na Escócia, em 1845, como George St. Leger Gordon Lennox, ganhou notoriedade por suas escapadas como ladrão de cavalos e de gado na África do Sul. Apesar de sua reivindicação de parentesco com a conhecida família Gordon Lennox tenha sido difícil de confirmar, ele sempre se declarou filho mais velho do rico fazendeiro de Perthshire. Smith chegou ao Cabo da Boa Esperança em 1877 como membro da Fronteira Armada e Polícia Montada, mas abandonou seu posto e, em seguida, deu início à sua trajetória ilustre como fora da lei, roubando dos ricos e ajudando pessoas com problemas financeiros.

Aparentemente, Smith tinha uma queda por viúvas pobres e mulheres indefesas, que lhe ofereciam hospedagem (sem saber sua verdadeira identidade). De acordo com vários relatos, Smith fornecia recursos a mulheres para que elas quitassem suas dívidas ou a apólice de suas casas após estas terem lhe dado abrigo. Mas as mulheres não foram as únicas beneméritas de suas boas ações; ele prestou cuidados médicos a um homem que morria de tuberculose e providenciou seu enterro. Smith era reverenciado também por conseguir, repetidas vezes, enganar a polícia – ao evitar sua captura ou fugir da prisão. De acordo com um relato, ele ofereceu se entregar à polícia de modo que seu amigo pudesse ficar com o dinheiro da recompensa e fugir depois que o pagamento fosse feito.

Conheça seis inacreditáveis
Pancho Villa: 
nascido Doroteo Arango, em 5 de junho de 1878, Pancho Villa foi um famoso bandido e revolucionário mexicano, que lutou contra os regimes opressores de Porfirio Díaz e Victoriano Huerta. Supostamente, ele teria iniciado sua trajetória como fora da lei após atirar em um homem que assediou sua irmã e é descrito tanto quanto um assassino cruel e sanguinário, que torturava suas vítimas, como um homem do povo, que fazia doações para instituições de caridade e orfanatos.

Segundo o jornalista John Reed, que passou quatro meses com o exército de Villa, entre 1913-1914, várias baladas foram feitas pelos locais relatando como Villa e sua gangue roubavam de fazendas ricas para dar aos pobres, distribuindo gado e milho, confiscados durante suas várias invasões. Pancho Villa também foi governador do estado de Chihuahua, implementando políticas para proteger e defender as classes mais baixas e melhorando a infraestrutura básica da região. Em julho de 1923, Villa foi assassinado a tiros enquanto dirigia seu carro em Perral.



Salvatore Giuliano:nasceu na pequena e empobrecida cidade de Montelpre, na Sicília, em 1922. Durante a invasão Aliada à Sicília, em 1943, na qual a maioria dos alimentos era fornecida pelo mercado negro, Giuliano foi pego tentando contrabandear sacos de grãos e acabou matando um policial enquanto resistia à prisão. Na condição de fugitivo, Giuliano recorreu ao banditismo, formando uma gangue de cerca de 50 homens nas montanhas de Sagana, que roubavam os abastados por comida e armas.

Por ele pagar aos camponeses locais uma taxa consideravelmente mais alta que o mercado por suprimentos em troca de informações sobre operações de cumprimento da lei; por ter roubado e distribuído comida aos aldeões famintos; e por, supostamente, ter dado dinheiro a mulheres velhas e doentes, Giuliano era visto e respeitado como uma espécie de Robin Hood. Mas ele também era igualmente temido: informantes e inimigos eram mortos frequentemente – violentamente e sem remorso. Por fim, ele acabou se tornando coronel de uma campanha separatista para a independência da Sicília e chegou até mesmo a escrever ao presidente americano Harry S. Truman, pedindo que os EUA considerassem anexar a Sicília como seu 51º estado.

No entanto, sua popularidade entre os camponeses foi arruinada quando seu bando de foras da lei massacraram 11 lavradores que participavam de uma procissão do Dia do Trabalho em Portella della Ginestra, em 1947, para comemorar a prometida reforma agrária. Embora a culpa tenha sido colocada na máfia siciliana, por ter usado Giuliano como um peão para combater a rebelião camponesa, o estrago à reputação de Giuliano entre os pobres já havia sido feito.



Phoolan Devi: embora medisse menos de 1,50m de altura, essa indiana “Rainha dos Bandidos” ganhou uma reputação bastante imponente. Nascida em uma família de casta inferior, em 1963, Phoolan Devi se casou quando tinha apenas 11 anos com um homem três vezes mais velho que a espancava. Ela fugiu desses maus-tratos para ser presa por um crime que não havia cometido quando retornou à sua aldeia natal. Condenada ao ostracismo por sua comunidade, Devi foi capturada por uma gangue de bandidos e, em seguida, estuprada coletivamente por semanas por uma gangue rival da casta superior Thakurs.

Devi logo assumiu a liderança de sua própria gangue, que realizou uma série de roubos e sequestros de aldeões de castas superiores. No Dia dos Namorados, em 1981, ela ordenou a execução de 22 hindus de casta superior para vingar a violência e a degradação sofrida por ela, no que ficou conhecido como Massacre de Behmai. Embora as autoridades indianas contestem como mito a ideia que Phoolan Devi roubava dos ricos para dar aos pobres, suas ações eram amplamente vistas como beneficentes aos pobres e oprimidos, que a veneravam como heroína (alguns até mesmo acreditavam que ela era a encarnação da deusa hindu Durga).

Em 1983, Devi se rendeu às autoridades e passou 11 anos na prisão. Dois anos depois de sua libertação, foi eleita para o Parlamento Indiano, prometendo “proteger os setores mais frágeis” da sociedade e fornecer água, eletricidade, escolas e hospitais para os pobres, enquanto lutaria pelos direitos iguais das mulheres. Phoolan Devi foi morta a tiros em frente à sua casa, em Nova Deli, em 2001.




Fonte: History.com
Imagem destaque: Kachalkina Veronika/Shutterstock.com
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