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Como a Guerra Fria deu origem à ritalina, a droga que trata crianças hiperativas

Por History Channel Brasil em 20 de Junho de 2016 às 17:29 HS
Como a Guerra Fria deu origem à ritalina, a droga que trata crianças hiperativas-0

O contexto da Guerra Fria teria ajudado a popularizar o uso da chamada "pílula da matemática", a ritalina, na sociedade americana.

Essa é a teoria defendida pelo historiador Matthew Smith, da Universidade de Strathclyde, da Escócia, e autor do livro "Hyperactive: The Controversial History of ADHD" (Hiperativos, a controversa história do TDAH).

Na década de 1960, tornou-se comum nos EUA a prescrição da ritalina para crianças consideradas hiperativas. Até hoje, o medicamento é um dos mais usados em vários países para tratar o Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH).

Seu principal componente, o metilfenidato, faz parte da família das anfetaminas e tem a capacidade de estimular a concentração e reduzir a impulsividade.

Na época da Guerra Fria, em que os Estados Unidos travavam uma corrida pelo conhecimento científico com a então União Soviética, era mais do que necessário que as crianças permanecessem sentadas em suas carteiras fazendo tarefas. E a ritalina era o remédio perfeito para tratar os pequenos hiperativos que não conseguiam se adaptar a esse sistema de educação.

Ritalina em crianças

A droga foi sintetizada pelo químico italiano Leandro Panizzon, em 1944. Porém, inicialmente, seu uso não estava previsto para crianças.  Isso só ocorreu duas décadas depois, quando o psicólogo clínico Keith Conners, da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore (EUA), fez o primeiro teste com ritalina em crianças, com transtornos emocionais.

Depois que Conners e seus colegas publicaram os resultados, a ritalina começou a ser usada com mais frequência para tratar hiperatividade em crianças americanas, e o remédio ganhou imensa popularidade. Hoje há uma polêmica sobre seu uso excessivo, assim como pode haver um excesso em relação aos diagnósticos de TDAH.

Segundo um boletim do ano passado do Ministério da Saúde, o Instituto Brasileiro de Defesa dos Usuários de Medicamentos indica que o Brasil era, em 2010, o segundo maior consumidor de ritalina do mundo.



Fonte: Bem Estar

Imagem: Zouzou /Shutterstock.com