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Livro "As Flores do Mal", de Baudelaire, é publicado

Por History Channel Brasil em 24 de Junho de 2019 às 12:21 HS
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Um dos mais influentes poetas franceses de todos os tempos, Charles Baudelaire publicou em um dia como este, no ano de 1857, o seu livro "Flores do Mal", que o levou a problemas na Justiça por blasfêmia e obscenidade. Baudelaire nasceu em uma família rica, estudou Direito até 1840, mas abandonou os estudos para se tornar um poeta. Ele teve uma vida desregrada em Paris, tornou-se usuário pesado de ópio e haxixe e contraiu sífilis, doença que o mataria alguns anos depois. Ele gastou metade de sua polpuda herança em dois anos e, após isso, passou a receber quantias restritas por mês para não "torrar" todo o dinheiro. Em 1844, ele conheceu a bela Jeanne Duval, para quem escreveu "Vênus Negra", um ciclo de poemas de amor. Ele começou a escrever resenhas e críticas e se tornou amigo de artistas como Manet, Delacroix e Daumier. Baudelaire desenvolveu uma forte inclinação artística pelo macabro e descobriu Edgar Allen Poe em 1852. Suas traduções ajudaram a popularizar Poe na França em uma época que o escritor norte-americano não era conhecido nem mesmo em seu próprio país. Neste mesmo ano, Baudelaire escreveu sua segunda série de poemas de amor, desta vez inspirado em Apollonie-Aglae Sabatier, sua "Vênus Branca", que foi seguido por uma terceira série, inspirada na sua "Vênus de Olhos Verdes", a atriz Marie Daubrun. Ele reuniu seus poemas em Flores do Mal. Os poemas possuem um estilo lírico poético para descrever assuntos repugnantes. "Une Charogne", por exemplo, descreve um cadáver apodrecendo. Tanto Baudelaire quando o seu editor e o responsável pela impressão do livro foram julgados por obscenidade e punidos. Foi proibida a impressão do seu livro e somente após a morte do poeta é que ele foi reconhecido como um grande poeta. Largado na miséria, ele foi para uma série de palestras na Bélgica e ficou gravemente doente em 1866. Ele retornou para Paris, onde morreu nos braços de sua mãe em agosto de 1867, pobre, desprestigiado e com poucas poesias impressas.

 


Imagem: Carlos Schwabe «Die Imposante Galerie», via Wikimedia Commons