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Estudo confirma que humanos chegaram nas Américas antes do que se imaginava

Análises de pegadas encontradas nos EUA indicam que elas têm entre 21 mil e 23 mil anos
Por History Channel Brasil em 06 de Outubro de 2023 às 11:52 HS
Estudo confirma que humanos chegaram nas Américas antes do que se imaginava-0

Em 2021, pesquisadores causaram controvérsia ao afirmar que haviam encontrado nos Estados Unidos as pegadas humanas mais antigas das Américas. Segundo eles, as marcas teriam entre 21 mil e 23 mil anos, o que indicaria que nossos ancestrais chegaram ao continente antes do que se pensava. Agora, um novo estudo publicado na revista Science confirmou essa estimativa.

Novas abordagens

Para as novas análises, os investigadores utilizaram duas abordagens independentes para datar as pegadas encontradas no Parque Nacional White Sands, no Novo México. Ambas resultaram nas mesmas datas da estimativa original. “A reação imediata em alguns círculos da comunidade arqueológica foi que a precisão da nossa datação era insuficiente para fazer a afirmação extraordinária de que os humanos estavam presentes na América do Norte durante o Último Máximo Glacial. Mas nossa metodologia direcionada nesta nova pesquisa realmente se mostrou frutífera”, disse Jeff Pigati, geólogo do Serviço de Pesquisa Geológica dos EUA  (USGS) e autor principal do novo estudo.

Detalhe de uma das pegadas
Detalhe de uma das pegadas (Imagem: USGS, via EurekAlert)

A controvérsia inicial teve como alvo a precisão das idades originais, obtida por datação por radiocarbono. A estimativa foi determinada pela datação de sementes da planta aquática comum Ruppia cirrhosa que foram encontradas nas impressões fossilizadas. Mas as plantas aquáticas podem adquirir carbono a partir de átomos do elemento dissolvidos na água, em vez do ar ambiente, o que pode potencialmente fazer com que as idades medidas pareçam mais antigas do que realmente são.

No novo estudo, os pesquisadores se concentraram na datação por radiocarbono do pólen de coníferas, porque ele vem de plantas terrestres e, portanto, evita possíveis problemas que surgem na datação de plantas aquáticas. Os cientistas usaram procedimentos meticulosos para isolar aproximadamente 75 mil grãos de pólen para cada amostra datada. Além disso, a equipe utilizou um tipo diferente de datação chamada luminescência opticamente estimulada, que data a última vez que os grãos de quartzo foram expostos à luz solar. 

Usando a luminescência opticamente estimulada, os pesquisadores descobriram que as amostras de quartzo coletadas nas camadas que sustentam a pegada tinham uma idade mínima de aproximadamente 21.500 anos, o que reforça os resultados obtidos pelo radiocarbono. "Com três linhas de evidência distintas apontando para a mesma idade aproximada, é altamente improvável que sejam todas incorretas ou tendenciosas e, tomadas em conjunto, forneçam uma forte evidência para a faixa etária de 21 mil a 23 mil anos para as pegadas", diz um comunicado do Serviço de Pesquisa Geológica dos EUA.

Fontes
Serviço de Pesquisa Geológica dos EUA
Imagens
USGS/NPS/Bournemouth University/Divulgação, via EurekAlert